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O que fazer com as sobras de tijolos cerâmicos? Conheça os impactos dos resíduos da construção civil

Quando se começa uma reforma ou mesmo uma construção de ponto inicial, uma das preocupações é o que fazer com entulhos oriundo dos tijolos cerâmicos e de todo o material de construção.

Grandes quantidade de resíduos são produzidos na construção civil. Aqui no Brasil, esses resíduos são conhecidos como entulho, caliça ou metralha. Em linguagem técnica, o Resíduo da Construção e Demolição (RCD) é todo material gerado no processo construtivo de reforma, escavação ou demolição (de prédios, residências e pontes), sendo o conjunto de fragmentos ou restos de tijolos cerâmicos, concreto, argamassa, aço, madeira, etc., provenientes dos desperdícios na construção.

A indústria da construção civil é uma das maiores consumidoras de recursos naturais da sociedade, absorvendo de 20 a 50% dos recursos explorados no mundo

A setor foi extremamente relevante para o crescimento das cidades brasileiras, fato que recebeu maior destaque a partir dos anos 70. Porém, as construções desenfreadas da época trouxeram agravos ao meio ambiente, já que tal expansão ocorreu sem um adequado planejamento urbano e ambiental. Isso favoreceu o aumento da geração de RCD, tornando-se em um problema de grande escala, já que a sua disposição inadequada causa inúmeros problemas, sendo a poluição do solo e de fontes de água um deles.

A indústria da construção, é um setor produtivo que possui considerável papel na economia do Brasil. Assim, o setor da construção civil tem um grande desafio pela frente: conciliar suas atividades de produção, relevantes à sociedade, junto às condições que permitam um desenvolvimento sustentável e menos invasivo ao meio ambiente.

 Uma alternativa que merece destaque e aplicação é a reciclagem. Ela pode auxiliar a diminuição dos impactos ambientais causados pelos resíduos, como os tijolos cerâmicos, por exemplo, promovendo um aproveitamento maior desses materiais  dentro do canteiro de obras ou em empresas especializadas.

Isso faz com que os materiais que seriam descartados com um determinado custo financeiro e ambiental retornem em forma de materiais novos e sejam inseridos na construção. Os pontos positivos são muitos, já que pode-se obter uma melhora na na qualidade do material, além de alta durabilidade e resistência.

Por isso, nesse artigo, você vai entender a importância da reutilização desses resíduos e como fazer isso de forma eficiente. Boa leitura!

A necessidade de reciclar

De acordo com a última Pesquisa Nacional de Saneamento Básico (PNSB) divulgada pelo IBGE em 2017, 61,2% das prestadoras dos serviços de manejo dos resíduos sólidos eram entidades vinculadas à administração direta do poder público, 34,5%, empresas privadas sob o regime de concessão pública ou terceirização e 4,3%, entidades organizadas sob a forma de autarquias, empresas públicas, sociedades de economia mista e consórcio.

Em 2016, ainda referente à pesquisa, os municípios brasileiros coletaram em média 45,1 milhões de toneladas de RCD, o que significa uma diminuição de 0,08% em relação a 2015.

A reutilização dos resíduos representa ainda vantagens econômicas à administração pública, como:

  • Redução dos custos com a remoção do material depositado clandestinamente ao longo das vias públicas, terrenos baldios, cursos d’água e encostas;
  • Aumento da vida útil dos aterros sanitários. Isso reduz a necessidade de áreas para implantação de novos aterros;
  • Diminuição nos custos de operação dos aterros sanitários, pela diminuição do entulho, diminuição nos custos de pavimentação, infraestrutura urbana e construção de habitações populares;
  • Geração de emprego e renda e criação de novas oportunidades de negócios.

Atualmente, a aplicabilidade na prática da redução dos impactos ambientais está aumentando. Sendo assim, edifícios que causam menos efeitos ambientais estão em processo de redução dos seus resíduos. Os resíduos surgem conforme o ciclo de vida dos edifícios, durante as fases de construção e demolição, onde se tornam graves problemas ambientais em dezenas de países. Por isso, os benefícios gerados com a correta reciclagem em depósito dos RCD são os mais variados. Confira alguns deles:

  • Economia na aquisição de matéria-prima, graças à substituição de materiais convencionais pelo RCD,
  • Redução da poluição gerada pelo RCD e das consequências negativas, como enchentes e assoreamento de rios e córregos e preservação das reservas naturais;
  • Economia por dispensar a aquisição de novos materiais;
  • Economia pela redução dos custos de remoção dos resíduos,
  • ganho ambiental,

O melhor aproveitamento dos tijolos cerâmicos

 A reciclagem reduz o volume de extração de matérias-primas, fator que minimiza os impactos gerados pela extração. Desse modo, a produção de materiais reciclados, possibilita a redução da poluição, e através da incorporação de resíduos em um novo formato de uso, permitem a produção de materiais de melhor qualidade. A reciclagem auxilia na redução de aterros e, por consequência, na diminuição da contaminação ambiental, problemas de saneamento público e custos sociais no gerenciamento de resíduos.

A reutilização do RCD  no caso dos tijolos cerâmicos reduz o consumo de argila e o impacto ambiental. Quando se utiliza resíduos como matéria-prima em substituição aos materiais tradicionais é necessário que esse insumo apresente padrões compatíveis com o seu uso, nos casos em que o material reciclado e o natural têm o mesmo custo, o diferencial será a qualidade do produto, de forma a garantir que o produto é ambientalmente correto.

A cerâmica vermelha é composta de argila queimada em altas temperaturas e é representada pelos tijolos, blocos, lajes para forro, entre outros. Quando moída pode ser utilizada para produção de novos materiais cimentícios.

RCD E SUAS NORMAS E ESPECIFICAÇÕES TÉCNICAS

As normas regulamentadoras da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) são rígidas e exigem maior controle da destinação dos resíduos da construção civil. Elas destinam o recebimento de resíduos volumosos da construção civil para triagem e armazenamento temporário dos elementos. Tudo isso visando a redução de danos à saúde pública e ao meio ambiente.

NORMAS TÉCNICAS DA ABNT

NBR 15112 (ABNT -2004): Resíduos da construção civil e resíduos volumosos áreas de transbordo e triagem – Diretrizes para projeto, implantação e operação.

  • Esta Norma fixa os requisitos exigíveis para projeto, implantação e operação de áreas de transbordo e triagem de resíduos da construção civil e resíduos volumosos.

NBR 15113 (ABNT -2004): Resíduos sólidos da construção civil e resíduos inertes – Aterros – Diretrizes para projeto, implantação e operação.

  • Esta Norma fixa os requisitos mínimos exigíveis para projeto, implantação e operação de aterros de resíduos sólidos da construção civil classe A e de resíduos inertes.

NBR 15114 (ABNT -2004): Resíduos sólidos da Construção civil – Áreas de reciclagem – Diretrizes para projeto, implantação e operação.

  • Esta Norma fixa os requisitos mínimos exigíveis para projeto, implantação e operação de áreas de reciclagem de resíduos sólidos da construção civil classe A.

NBR 15115 (ABNT -2004): Agregados reciclados de resíduos sólidos da construção civil – Execução de camadas de pavimentação – Procedimentos

  • Esta Norma estabelece os critérios para execução de camadas de reforço do subleito, sub-base e base de pavimentos, bem como camada de revestimento primário, com agregado reciclado de resíduo sólido da construção civil, denominado agregado reciclado, em obras de pavimentação.

NBR 15116 (ABNT -2004): Agregados reciclados de resíduos sólidos da construção civil – Utilização em pavimentação e preparo de concreto sem função estrutural – Requisitos.

  • Esta Norma estabelece os requisitos para o emprego de agregados reciclados de resíduos sólidos da construção civil.

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